Análise política

Os motivos para Diego Libardi assumir cargo em Vitória

Não deve ter sido uma decisão simples. Deixar Cachoeiro para reforçar a equipe do prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos), na Prefeitura de Vitória. Mas os motivos de Diego Libardi (Republicanos) são plenamente compreensíveis na medida que o cargo lhe torna maior do que já é.

O que leva um pré-candidato a prefeito de Cachoeiro, muito bem cotado por sinal para a disputa, sair de perto de sua base eleitoral para comandar a Secretaria de Cidadania, Direitos Humanos e Trabalho lá na capital?

Alguns pontos podem ter pesado muito na decisão.

O primeiro deles é o fato de que o seu partido passou a tratar sua pré-candidatura em Cachoeiro como prioridade, o que para ele é essencial. Tanto assim que a ideia de sua ida surge a partir de uma reunião entre ele, o deputado federal Amaro Neto, o presidente estadual Erick Musso e o próprio prefeito Pazolini. Resumo: o Republicanos lhe coloca em uma vitrine estadual para que tenha visibilidade.

Libardi não será secretário em uma prefeitura qualquer. É na capital do estado, onde os holofotes ficam acesos e as cobranças são muitas, mas a repercussão do trabalho também é grande. O prefeito de Vitória sabe disso e certamente não o leva apenas por considerações partidárias, mas porque acredita que o novo secretário fará entregas para a população. Logo, a viagem dele é, antes de tudo, um atestado de capacidade de trabalho.

Um aspecto não deve passar despercebido nessa movimentação. Observa-se que o jovem advogado faz o caminho inverso ao que se vê na política: sai de Cachoeiro e passa a atuar em Vitória. Normalmente vemos gente de Vitoria vindo para Cachoeiro. Portanto, só a essência do convite já é motivo de orgulho para ele e para quem vê a possibilidade de um dia tê-lo prefeito de Cachoeiro. Trata-se de um convite para poucos, o que faz dele um privilegiado.

Na verdade, não se trata exatamente de uma experiência nova na vida dele. Recentemente foi superintendente do Ibama no Espírito Santo, colocado pelo ex-presidente Bolsonaro, e atuava lá na capital também. Porém, agora, a cobrança será maior.

O segundo ponto, e talvez até mais importante que o primeiro, é o aprimoramento de sua experiência como gestor. Ganha casca administrativa e experiência real de gerenciamento, passando a cuidar de um orçamento grande, de R$ 40 milhões, em uma capital complexa como Vitória.  Algo significativo para quem quer acumular experiência de gestão.

É uma chance de ouro para quem deseja ser prefeito. No mínimo quando voltar dessa missão e, possivelmente se apresentar ao eleitor cachoeirense como candidato, terá em seu currículo experiência no Poder Executivo. Seus concorrentes hoje são todos de natureza legislativa.    

Libardi já foi secretário municipal Marataízes e já atuou em Cachoeiro, no gabinete do ex-prefeito Roberto Valadão, mas nada se compara ao atual momento na vida pública.

Além dos dois aspectos já mencionados (visibilidade e experiência de gestão) a função permite ainda ao Diego estar no centro do poder. Afinal, as decisões políticas para os pleitos municipais começam mais cedo lá em Vitória, nas mesas dos caciques partidários.

Por fim, sobre a distância da sua base eleitoral, Libardi terá o desafio de se desdobrar nas suas agendas. Dizer que não pesa é enganar-se. Pesa porque o tempo fica mais curto e as viagens aumentam. Mas não se trata de uma distância significativa. Será como ter uma agenda parecida com as dos deputados estaduais, por exemplo.

Organizando-se bem, sexta, sábado e domingo mantém as atividades em Cachoeiro, cabendo ao seu eleitor compreender que tudo é para o fortalecimento do projeto maior que é chegar à prefeitura.

Antigamente uma rádio de Cachoeiro dizia o seguinte na sua propaganda: indo mais longe para ficar mais perto. Parece ser este o propósito de Diego Libardi. Conseguirá? Tudo vai depender de como se sairá na gestão da pasta como secretário e na gestão do seu tempo como pré-candidato.

Na política, antes de querer administrar uma prefeitura é preciso administrar o próprio tempo. E quem não sabe gerenciar o próprio tempo está fadado ao fracasso. Pela dinamicidade que já vimos dele em suas outras pré-campanhas eleitorais, não me parece uma tarefa das mais difíceis.

Agora, mais que nunca, o tempo será o senhor da razão

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“Peço-te o prazer legítimo e o movimento preciso / Tempo, tempo, tempo, tempo, quando o tempo for propício…” – Oração ao Tempo (Caetano Veloso)

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