Arte

Filme sobre Guarapari selecionado em festival internacional de cinema

Um filme com imagens raras de Guarapari antiga chamou a atenção dos curadores do 4º Festival Audiovisual Latino-Americano de São Francisco do Sul (FALA São Chico 2025), que acontecerá de 25 a 28 de junho, na Ilha de São Francisco do Sul, terceiro território mais antigo do Brasil, fundado em 1553, no norte de Santa Catarina. O curta-metragem “Guarapari Revisitada”, da cineasta capixaba Adriana Jacobsen, revela cenas do cotidiano do balneário antes da transformação paisagística e urbana da cidade.

Integrada por paisagens e a rotina da cidade de mais de 50 anos atrás, a obra reúne imagens de arquivo inéditas feitas pelo cineasta amador Ernst Bergmann, falecido em 2015, aos 94 anos de idade. Com narração da viúva do realizador, a escritora vila-velhense Marilena Vellozo Soneghet Bergmann, o curta-metragem resgata uma cidade bucólica e encantadora onde o casal no início do namoro, nos anos 60, passava os finais de semana e as férias.

“Guarapari Revisitada” fará parte de uma das mostras competitivas do festival que reunirá filmes vindos de 13 estados, do Distrito Federal e de países como Brasil, Argentina, Colômbia, Estados Unidos, Cuba e Uruguai. Organizado pela Associação Cultural Panvision, o 4º FALA São Chico quer se consolidar como uma vitrine para o cinema independente latino-americano, promovendo novas narrativas e ampliando o acesso a produções que refletem realidades diversas. Durante a seleção, a curadoria buscou obras que abordam temas já conhecidos sob novos olhares.

O filme foi contemplado pelo Edital 008/2023 da Prefeitura de Guarapari (Secretaria Municipal de Turismo, Empreendedorismo e Cultura – Setec) através da Lei Paulo Gustavo/Ministério da Cultura/Governo Federal. A realização é de Adriana Jacobsen/Monazita e Instituto Marlin Azul.

O olhar de Bergmann

O engenheiro alemão Ernst Alexander Rudolf Bergmann (1921-2015) chegou em 1960 ao Espírito Santo para trabalhar na implementação do grande polo siderúrgico capixaba. Dois anos depois, aos 42 anos, casou-se com Marilena Soneghet, na época com 21 anos. Sobrinha do falecido Heliomar Carneiro da Cunha, um dos fundadores do Clube Siribeira, Marilena é escritora, poetisa, compositora, membro da Academia Feminina Espírito-Santense de Letras. O casal viveu mais de 50 anos juntos até o falecimento de Bergmann, em 2015.

Inspirado por um olhar sensível e atento, o cineasta alemão amava registrar com sua câmera em 8mm e Super 8 cenas do cotidiano do estado e de outras partes do mundo durante viagens feitas ao longo da vida e, em grande parte, ao lado de Marilena. O acervo no estado inclui registros coloridos, únicos e raros de Guarapari nunca disponibilizados para visualização pública.

“Guarapari Revisitada” celebra imagens do calçadão e da praia, da Igreja de Nossa Senhora da Conceição e das ruas principais do centro e ainda revela momentos culturais do lugar como cenas dos antigos carnavais. Após o falecimento do esposo, Marilena assumiu a guarda de todo o acervo visual do cineasta integrado por imagens do Brasil e do mundo. Este material passou por um processo de digitalização e recuperação através de projeto realizado pelo Instituto Marlin Azul, contemplado pelo Edital de Preservação e Memória da Secult-ES, a partir de recursos da Lei Paulo Gustavo/Ministério da Cultura/Governo Federal. O curta-metragem foi realizado por uma equipe capixaba e a trilha traz um arranjo inédito da composição “Caminhos do Coração” do saudoso Heliomar Carneiro da Cunha.

Sobre a diretora

Adriana Jacobsen é diretora e pesquisadora, licenciada em Letras pela UFES, graduada e mestre em Ciência da Comunicação pela Universidade Livre de Berlim (Alemanha). Dirigiu o documentário em longa-metragem “Outro Sertão”, prêmio especial do júri do 46º Festival de Brasília, prêmio do público para melhor documentário nacional da 37ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, e os prêmios de melhor filme, direção e uso de arquivo no 13º Festival Internacional de Cinema de Arquivo, entre outros.

Dirigiu curtas-metragens e fez a coordenação geral da organização de dois arquivos audiovisuais: Acervo “Outro Sertão”, para o Museu Judaico de SP, e “Acervo Bergmann”, para o Instituto Marlin Azul e a Midiateca Capixaba. É membro do Instituto Marlin Azul, em Vitória, ES. Atua na realização audiovisual e preservação da memória, na preservação e organização de acervos e histórias.

Saiba mais sobre o Instituto Marlin Azul

            O Instituto Marlin Azul é uma associação sem fins lucrativos criada em 1999 cuja finalidade é promover ações direcionadas à cultura, à arte e à educação, democratizando o acesso à produção e fruição de bens culturais. Em 26 anos de atividades, a instituição vem desenvolvendo, a partir de ações de formação, produção, difusão e inclusão audiovisuais, diversos projetos culturais, ambientais, de preservação e valorização da memória e das tradições populares, voltados para diferentes públicos do Espírito Santo e do Brasil. A entidade desenvolve os projetos Revelando os Brasis, Projeto Animação, Cine Animazul, Curta Vitória a Minas, Cine Quilombola, Cinema de Griô, Griôs de Goiabeiras e Memória do Barro. Para conhecer, acesse institutomarlinazul.org.br.

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