No ritmo de Casagrande, no rumo de Ricardo – Por Ilauro Oliveira

Informações de bastidores já davam como certo aquilo que foi confirmado ontem, terça-feira, dia 9 de dezembro, pelo governador Renato Casagrande (PSB) aqui em Cachoeiro: ainda neste mês sai o nome de quem será apoiado por ele para concorrer ao governo do Estado em 2026.

Como o rio corre para o mar, e não o contrário, a correnteza ruma no sentido de Ricardo Ferraço (MDB). E não haverá surpresas, porque quem conhece de perto o governador confirma que ele está plenamente convencido de que o seu vice é o nome mais preparado para continuar o seu ritmo de trabalho e de investimentos em todos os 78 municípios capixabas.

E há quem até crave a data: seria dia 18. O governador está em fase de consultas a aliados… mas já estaria também comunicando a lideranças e partidos o caminho que deve dar ao processo eleitoral. O rumo é indubitavelmente no sentido de Ricardo Ferraço.

Mas por que Ricardo?

O governador é a maior liderança política do Espírito Santo. Seu governo está voando na aprovação popular. Só para ter ideia: Lula (PT) deixou seu segundo mandato em 2010 com uma aprovação recorde do seu governo em 80%. Uma pesquisa dessa semana feita pelo Instituto Real Time Big Data (ouviu 1200 eleitores entre os dias 4 e 5, com margem de erro de 3% para mais ou menos, e nível de confiança de 95%) mostra que a gestão de Casagrande é aprovada por 80%. Números extraordinários para quem tá deixando um segundo mandato.

Diante dessa realidade o que se vê é um governador plenamente tranquilo para decidir o melhor caminho. Não há desespero na escolha, até porque Casagrande deve ter uma ida tranquila para o Senado Federal ano que vem, como também mostram as pesquisas. Daí, mais que uma necessidade de um bom nome, trata-se de caminho a ser seguido com convicção. E ele está convicto.

Mas por que Ricardo? Exatamente porque quando se coloca nas ruas o discurso de que o Espírito Santo precisa de ritmo e rumo, busca-se o nome de alguém que não paralise o ritmo de obras e investimentos que o governador tem dado ao estado, tampouco se desvie do rumo atual que foca não apenas em resultados numéricos, de caixa, mas que também olhe para o social.   

Ricardo Ferraço, aos olhos do governador, se encaixa em dois perfis básicos: o da lealdade em continuar o projeto de governo que foi construído até agora, e, principalmente, o da experiência e capacidade de gestão para tocá-lo adiante. Mais que se comprometer em fazer, é preciso saber fazer. Talvez seja isso que diferencie o vice-governador de outros aliados que estão próximos de Casagrande e também desejam suas bênçãos políticas.

Experiência não falta a Ricardo.   Foi vice-governador duas vezes, vereador, deputado estadual, deputado federal, senador, secretário de Agricultura, secretário de Planejamento, secretário de Desenvolvimento Econômico, e mais. É uma vivência que faz diferença para o cargo e Casagrande, mais do que ninguém, sabe disso. Somado a esse conhecimento técnico e administrativo, ele tem o tempero da política, essencial para quem governa.   

O Ricardo Humano

Contudo isso, ainda assim parecia faltar algo a Ricardo. Ele que sempre andou em outros grupos da política passou a viver o mundo casagrandista. Um mundo que lhe ensinou sobretudo a arte de que um governo não pode viver apenas empilhando resultados numéricos, mas a necessidade de enxergar por trás de cada número um rosto, um cidadão que quer mais educação, mais segurança e mais saúde. Que quer viver bem e melhor a cada dia.

Ricardo sempre foi um bom técnico, e bom político. Bom de urna, sempre bem votado, mas ainda assim faltava a ele esse perfil mais humano, mais social, mais pé no chão, mais povão. Esse balacobaco que o político deve ter para gerar paixão. Ter torcedor, e não apenas ser um jogador entre tantos outros. É preciso mais que jogar, ter seu nome gritado pela torcida, e entrar em campo temido pelos adversários. E hoje ele é temido, não duvidem disso. 

As redes sociais que mostram um Ricardo que compartilha sua capacidade de gestão no dia a dia do governo mostram também o ser humano Ricardo. Rubro-Negro, pai de família, fazedor de churrasco, comedor de barrinha de cereal e que beiça uma dose ou outra de vez em quando, como todo bom brasileiro.

Suas redes sociais mostram um cara que assimilou de fato o mundo do seu líder, porque Casagrande é assim no dia a dia. Um cara que trabalha, mas que também tem vida além do trabalho. E nem só de trabalho vive o homem. Não sois máquinas, homem é que sois, ensinou Charles Chaplin.

Ricardo Ferraço tem tudo para sair do próximo processo eleitoral como governador, mas se não sair governador, com certeza sairá um ser humano muito melhor. É isso que o dia a dia mostra. Ele entrou no ritmo de vida de Casagrande e encontrou um novo rumo político.

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“De costas voltadas, não se vê o futuro / Nem o rumo da bala, nem a falha no muro” – Quem Me Leva Os Meus Fantasmas (Pedro Abrunhosa)

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