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“A prevenção é a melhor forma de evitarmos uma lesão maligna do intestino”. A recomendação do proctologista Marcelo Daher é clara. Obesidade, sedentarismo, tabagismo, alcoolismo e dietas industrializadas são fatores de risco evitáveis para a doença que, em 2022, acometeu 553 capixabas, segundo dados do DataSus. Já a Estimativa 2023: incidência de câncer no Brasil, feita pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), estima 610 novos casos no estado este ano.
O câncer de intestino é o terceiro mais comum no país, ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma e do câncer de mama e próstata. Esse tumor se manifesta no intestino grosso, também conhecido como cólon, e no reto.
Por isso, a campanha Março Azul-Marinho, realizada no país em ação conjunta da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva, da Sociedade Brasileira de Coloproctologia e da Federação Brasileira de Gastroenterologia, alerta para a doença. O tema deste ano é “Saúde é prevenção. Cuide de você, evite o câncer de intestino”.
Com o intuito de alertar sobre o câncer colorretal, tramita na Assembleia Legislativa (Ales) o Projeto de Lei (PL) 176/2022, do deputado Adilson Espindula (PDT), que institui a campanha no calendário do Estado.
Diagnóstico
O exame de rastreio é um importante aliado na detecção precoce desse tipo de tumor, destaca Marcelo Daher. “A colonoscopia é, hoje, o padrão ouro para dar o diagnóstico precoce de lesões precursoras do câncer de intestino. Quando realizada de forma antecipada, muitas vezes podemos identificar pólipos, que muitas vezes podem se transformar em uma neoplasia maligna, e retirá-los durante o exame.”
O rastreio deve ser feito a partir dos 45 anos. “Caso o indivíduo tenha histórico familiar de câncer no intestino, é preciso antecipar essa data”, alerta o proctologista.
Sinais
Marcelo Daher ressalta que é preciso estar atento aos sinais de alerta da doença. “Sangue nas fezes, dor e cólica abdominal com mais de 30 dias de evolução, alteração do ritmo intestinal com alternância entre constipação e diarreia, emagrecimento importante nos últimos meses sem causa determinada, anemia, cansaço e fraqueza. Esses sinais alertam o especialista a fazer o rastreamento do câncer de intestino através da colonoscopia.”
Tratamento
De acordo com o Inca, o câncer de cólon e reto é tratável e, na maioria dos casos, curável. Para isso, é necessária a detecção precoce.
A cirurgia é o tratamento inicial. Outras etapas incluem a radioterapia (uso de radiação), associada ou não à quimioterapia (uso de medicamentos). O tratamento depende do tamanho, localização e extensão do tumor.
Após o tratamento, é preciso manter o acompanhamento médico para monitorar novos tumores.
Onde buscar ajuda
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) informa que o tratamento de câncer é realizado pelos serviços habilitados junto ao Ministério da Saúde, os Centros de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon) e Unidades de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon).
O tratamento disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) vai depender do tipo de câncer – porque há tipos histológicos diferentes (variedade de tecidos do órgão) – e também do estágio, se for inicial ou avançado.
Os pacientes diagnosticados com câncer de intestino passam pelo tratamento padrão, que pode envolver intervenção cirúrgica local para remover a lesão oncológica, além dos procedimentos de quimioterapia e radioterapia.
O Espírito Santo conta com um estabelecimento de saúde habilitado como Cacon, que é o Hospital Santa Rita de Cássia (HSRC-AFECC) – instituição filantrópica conveniada ao SUS. Outros sete estabelecimentos são habilitados como (Unacon):