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Fotos: Dayane Hemerly

Dayane Hemerly

Três semanas depois do vídeo de uma idosa espancando o seu cachorro a pauladas ganhar a repercussão nacional – graças às redes sociais – o assunto motivou audiência pública da CPI dos Maus Tratos a Animais em Cachoeiro de Itapemirim.

Como ocorre com frequência em episódios virais – assuntos muitos compartilhados na internet – 21 dias é uma eternidade e o interesse e indignação sobre a saga do cãozinho diminuiu bastante. Depois de milhões de acessos na internet, a reunião “no mundo real” não atraiu um quarto das 200 pessoas aguardadas no local. A escolta policial para proteger a idosa mostrou-se desnecessária. Não houve insultos ou vaias e os depoimentos ocorreram sem alterações.

Além dos deputados estaduais Janete Sá (PMN) e Hércules Silveira (PMDB), integrantes da CPI, e cerca de 50 espectadores, o cão surrado pela dona também acompanhou a sessão, enquanto alguns policiais protegiam o acesso ao plenário.

O que se viu lá dentro não acrescentou nenhuma novidade. A idosa, Cremilda da Silva Conceição chorou muito e se disse arrependida. Negou ter gravado vídeo em que dizia que queria matar o cachorro e alegou ter problemas psicológicos, e, que, por isso, não se lembra de nada do que aconteceu.

O delegado, Felipe Vivas, da Delegacia de Infrações Penais e Outros (Dipo), explicou que, no dia do ocorrido, a idosa estava bem alterada, e que os policiais, com dificuldade, conseguiram encaminhá-la para a Delegacia. Ele afirmou, ainda, que o objeto que ela utilizou para agredir o animal não continha pregos, como foi divulgado.

O vice-presidente da CPI, Doutor Hércules, explicou o objetivo é encaminhar o relatório dos depoimentos para o Ministério Público, para que eles tomem as providências cabíveis. Ele adianta que não há possibilidade de prender “uma senhora como essa”, mas que, também, não há como ficar sem algum tipo de punição. “O que pode vir a acontecer é a realização de pena comunitária, uma punição, digamos, um castigo, por ela ter cometido o crime. E que isso sirva de exemplo”.

A presidente Janete, no entanto, aguarda que Cremilda “seja punida exemplarmente pela justiça”. A deputada enviará ao Ministério Público um pedido para que nem Cremilda nem familiares dela, possam ter qualquer tipo de animais. E ainda, pedirá que ela preste serviços às ONGs protetoras de animais como punição.

Boletim médico

O veterinário responsável por cuidar do animal, Marcos Lesqueves, conta que a situação do cachorro é estável. Carlos Ambrósio, como foi batizado na clínica, teve várias fraturas na cabeça, feridas expostas, mas que se recupera bem.

O cachorro, após terminar o tratamento na clínica, ficará sob custódia do Estado, e retornará para o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Cachoeiro, à espera de adoção. De acordo com veterinários do CCZ, há uma grande fila de pessoas querendo adotar Ambrósio.

 fonte jornalfato.com.br