Economia
Governo pressiona Petrobras, que já estuda redução nos combustíveis


Menos de três semanas depois de Caio Paes de Andrade assumir a presidência da Petrobras, a estatal discute com o governo a possibilidade de redução do preço dos combustíveis , especialmente a da gasolina, de acordo com integrantes da gestão Jair Bolsonaro e membros da empresa.
A decisão de reduzir ou aumentar o preço dos combustíveis é da Petrobras, por meio de sua diretoria. Mas as conversas entre a diretoria, o conselho da empresa e o governo são comuns. Há um mês, por exemplo, o governo tentou segurar um reajuste iminente, mas não conseguiu.
A queda acentuada no preço do barril de petróleo , que passou a rodar na casa de US$ 100 nos últimos dias, é o principal fator de pressão sobre a estatal. Por outro lado, o dólar tem subido. Esses dois parâmetros são usados pela Petrobras como critérios para reajustar os preços dos combustíveis.
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A associação de importadores de combustíveis (Abicom) estima que a gasolina poderia cair até R$ 0,31 por litro para voltar à paridade internacional. De acordo com a entidade, os preços internos da gasolina estão, em média, 8% maiores que lá fora. O preço do diesel está equiparado.
Por outro lado, técnicos da empresa afirmam que a Petrobras só toma decisões de anunciar um reajuste após haver uma diferença consolidada de dias entre os mercados interno e externo.
A Petrobras aumentou o preço dos combustíveis há cerca de um mês , desencadeando uma reação de Brasília, capitaneada por Bolsonaro e pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
O principal efeito disso foi a saída — que já estava prevista, mas que acabou acelerada — de José Mauro Coelho da presidência da empresa. Ele foi o terceiro presidente da Petrobras do governo Bolsonaro que saiu por conta da alta de preços. Após o anúncio de que havia sido demitido, o então presidente ficou mais de um mês no posto até renunciar, em 20 de junho.
Em seu lugar, entrou Caio Andrade, ex-secretário do ministro da Economia, Paulo Guedes. Desde o início do ano, a Petrobras aumentou três vezes o preço dos combustíveis. Andrade chegou na estatal com a missão de segurar e reduzir os preços.
O reajuste feito pela Petrobras há um mês gerou reações como ameça de criação de CPI para investigar diretores e aumento da tributação sobre petroleiras. Deputados chegaram a defender uma mudança na Lei das Estatais para facilitar a indicações para diretores e para a presidência da empresa e queriam que o governo federal, mas a ideia não foi para frente diante da resistência da equipe econômica.
Essa pressão arrefeceu, mas ainda não se encerrou. Integrantes do governo e do Congresso cobram mudanças na política interna e na organização da estatal que teriam sido prometidas pelo presidente da empresa e pelo ministro de Minas e Energia. Adolfo Sachsida. Os políticos criticam a suposta velocidade com que a Petrobras sobe os preços e dizem que isso não é observado para reduzir os valores.
Os preços dos combustíveis são uma dor de cabeça recorrente para Bolsonaro. Ele conseguiu aprovar no Congresso e já está em vigor um teto (de 17% ou 18%) para o ICMS (imposto estadual) cobrado sobre os combustíveis e também sobre a energia elétrica e o transporte público. Também zerou o PIS/Cofins (imposto federal) sobre a gasolina e o diesel. Isso já surgiu efeito nas bombas.
Na semana passada, o banco suíço UBS divulgou um relatório a clientes em que afirma que a Petrobras poderá, em breve, reduzir os preços dos combustíveis no Brasil se a tendência de queda do barril de petróleo continuar.
“Se os preços (do petróleo) permanecerem nessa tendência, acreditamos que a Petrobras poderá reduzir os preços em breve”, citam os analistas.
No início de julho, o barril do tipo brent no mercado internacional saiu de US$ 118 há um mês para cerca de US$ 100 nesta semana.
Fonte: IG ECONOMIA


Economia
Mesmo rejeitados por comitês, acionistas aprovam nomes para Petrobras


Os dois indicados pelo governo federal para o Conselho de Administração da Petrobras e que tiveram nomes recusados pelos comitês internos da companhia e pelo colegiado foram aprovados em assembleia de acionistas realizada na tarde desta sexta-feira (19).
Ricardo Soriano de Alencar, procurador-geral da Fazenda Nacional e, portanto, ligado ao ministro Paulo Guedes, e Jônathas Assunção Salvador Nery de Castro, secretário-executivo da Casa Civil da Presidência da República, foram considerados pelos comitês de Elegibilidade (Celeg) e de Pessoas (Cope) da estatal como inelegíveis por apresentarem conflito de interesses para assumirem os cargos.
Os nomes de Soriano e de Castro somente entraram na lista de candidatos no início da assembleia de acionistas por indicação do procurador da Fazenda Nacional Ivo Cordeiro Pinho Timbó, representante da União.
Ao todo, o governo federal, acionista controlador da Petrobras, elegeu seis de seus oito indicados. Além de Caio Paes de Andrade, já nomeado de forma provisória para que assumisse a presidência da estatal, entraram Gileno Gurjão Barreto, atual presidente do Serpro; Iêda Cagni, presidente do Conselho do Banco do Brasil, e Edison Antonio Costa Britto Garcia, à frente do Conselho do Banco de Brasília.
Barreto, conforme indicação do governo, será o novo presidente do colegiado da Petrobras. Foram eleitos ainda José João Abdalla Filho e Marcelo Gasparino da Silva, indicados pelos acionistas minoritários.
Contestação antes e durante a assembleia
É mais um degrau galgado pelo governo em seu esforço de intervir na política de preços da companhia em meio à crise dos combustíveis. Desde o início de 2021, o presidente Jair Bolsonaro fez três trocas no comando da Petrobras.
Na abertura da assembleia, que foi realizada em formato on-line, Timbó afirmou que a União não corrobora “com as manifestações meramente opinativas” dos comitês da Petrobras sobre as indicações de Soriano e Castro. E que dispunha de “robustos posicionamentos técnicos” da Controladoria Geral da União e de outros órgãos de governo de que não há conflito de interesse relativo a esses nomes.
Fernando Leite Siqueira, diretor da Associação dos Engenheiros da Petrobras (Aepet), se manifestou contra a decisão de aceitar a indicações recusadas pelos comitês e pelo board.
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“É seríssima irregularidade ratificar os nomes. Há um brutal conflito de interesse entre as funções que esses indicados exercem no governo e os cargos no Conselho de Administração da Petrobras”, disse ele, destacando haver risco de “intervenção espúria” na estatal.
Siqueira chegou a pedir que a assembleia fosse suspensa de forma a impedir que não se pudesse “passar por cima da legislação”, mas teve seu pedido negado. A mesa reconheceu os nomes dos dois indicados na lista para eleição dos membros do Conselho.
Na última semana, a Associação Nacional dos Petroleiros Acionistas Minoritários da Petrobras (Anapetro) recorreu à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) pedindo que a assembleia fosse suspensa. O órgão regulador do mercado de capitais negou o pedido na última terça-feira.
A Anapetro também se juntou à Federação Única dos Petroleiros para pedir a suspensão da assembleia na Justiça Federal para impedir que o governo eleja os dois indicados que foram recusados pelo comitê de elegibilidade da estatal.
Resultado será judicializado
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) considerou a eleição dos nomes indicados pelo governo e reprovados pelos comitês da Petrobras como “descaso com a governança corporativa e abuso de direito do acionista majoritário”, informou em nota.
E vai entrar com ação na Justiça Federal na segunda-feira, pedindo a anulação da assembleia, disse Deyvid Bacelar, coordenador-geral da FUP.
Mário Dal Zot, presidente da Anapetro, disse que permitir a eleição de Soriano e Castro é “um precedente” que não se pode deixar acontecer.
“A nomeação de pessoas passíveis de conflitos de interesses e sem a necessária formação e experiência no setor de petróleo e gás é inadmissível, pois, além de ferir a lei, ficam mais sujeitas a desmandos do acionista majoritário, podendo trazer prejuízos para a empresa a partir de medidas danosas e muitas vezes eleitoreiras”, afirmou.
Fonte: IG ECONOMIA
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