Cada eleição é uma eleição. Logo, não dá pra cravar que se tivesse disputado uma cadeira na Assembleia Legislativa, Juninho Corrêa (PL), também conhecido como Juninho da Cofril, seria eleito. Mas muito provavelmente sim.
O desempenho do Capitão Assumção, com extraordinários 98.669 votos para deputado estadual, sendo o grande puxador do PL, provavelmente levaria o vereador cachoeirense. O partido fez 5 deputados, incluindo Callegari, que também é de Cachoeiro e de muito menos expressão eleitoral. Não sei qual foi a estratégia, mas pode ter tido um erro de cálculo aí. Se Juninho descesse para a Assembleia, teria uma vaga.
Mas Ignês é morta. Fato que obtendo 37.756 votos, sendo 22.123 só em Cachoeiro, Juninho sai forte das urnas cachoeirenses e desponta como uma importante liderança local, dentro desse quadro de renovação política que o cenário municipal vem experimentado.
Dizer que é nome robusto para o pleito municipal em 2024 ainda é cedo. Trata-se de outra eleição, com outras pautas, onde uma linha mais radical ligada a temas de direita, seguimento que Juninho representa bem, pode não reverter necessariamente em votos porque, neste caso, importa mais ao eleitor como o prefeito vai consertar sua rua, reduzir seu IPTU, e etc…
Pautas nacionais não cabem em uma disputa à prefeitura. Contudo, não dá para descartá-lo. Se ajustar o discurso, se preocupando menos com o bolsonarismo e mais com o eleitorado como um todo, que também é lulista, Juninho pode ser uma boa opção eleitoral. Embora, não a única.
As urnas de Cachoeiro mostram outros nomes que também emergiram com boa desenvoltura, como Allan Ferreira (Podemos) e Dr. Bruno Resende (União Brasil). Lideranças jovens, sem a linha do radicalismo bolsonarista caracterizadas em Juninho, e que obtiveram as maiores votações para deputado estadual em Cachoeiro.
Allan e Bruno, assim como Juninho, saem fortes das urnas. E com uma diferença básica: saem eleitos. E a força de um mandato é algo que não pode ser desconsiderado em construções futuras. Trata-se de uma catapulta eleitoral que potencializa projetos vindouros, colocando os detentores em plenas condições de se projetarem vigorosamente junto ao eleitorado.
De agora para frente e ver quem consegue manter a sintonia com o eleitor, aproveitando as oportunidades que o momento oferece e construindo projetos e grupos, já que as urnas lhes foram generosas.
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Para ilustrar derradeiramente a força de Juninho Corrêa, basta dizer que a soma dos votos de Diego Libardi (Republicanos) e Bras Zagotto (Podemos) em Cachoeiro foi 22.763 votos, quase a mesma votação dele, que obteve 22.123.
Aliás, de Diego Libardi se esperava muito mais. Obteve no geral 18.784 votos, sendo apenas 14.584 votos em Cachoeiro. À boca pequena imaginava-se que passaria de 20 mil só em urnas cachoeirense.
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Em Cachoeiro Allan Ferreira teve 12.215 votos, e Dr. Bruno Resende 12.130. No geral, Bruno teve 31.897 votos e Allan 15.185 votos.