Foto: Helio Filho/Secom
O jogo só acaba quando termina, ensina a sabedoria popular. Poeticamente, o compositor Belchior também disse para “não cantar vitória muito cedo e nem levar flores para a cova do inimigo”.
Essas e outras tantas recomendações quando se quer pedir cautela seguem vivas e muito válidas na política. Mesmo na hora de raciocinar sobre um cenário eleitoral óbvio é necessário fazê-lo com equilíbrio e respeito, considerando que o jogo ainda não terminou e o voto não foi computado na urna.
Mas mesmo revestido dessa cautela, torna-se inegável considerar a real possibilidade de uma vitória de Renato Casagrande (PSB) já no primeiro turno aqui no Espírito Santo. Praticamente todos os cenários eleitorais detectados através de pesquisas de intenção de voto mostram o governador seguindo a passos largos rumo à reeleição.
A uma semana de seguir às urnas, o capixaba praticamente define que dará a Casagrande a chance de governar o estado por mais quatro anos. E o que se pergunta diante desse quadro é a razão (ou razões) pela qual o eleitor se norteia para esse cenário.
Muitas leituras podem ser feitas e muitas respostas encontradas quando se avalia que de um modo geral o Espírito Santo vai muito bem, obrigado! Quando a maioria da população tem a percepção de estar recebendo satisfatoriamente os serviços ofertados pelo seu governo isso se torna fator decisivo na hora do voto. Então de forma geral seria isso: o governo Casagrande entregou satisfatoriamente à maioria as ações que prometeu. E se o compromisso foi cumprido, o crédito permanece.
Mas além dessa obviedade que é não se mexer em time que está ganhando, há uma outra reflexão mais profunda que sobressalta nesse debate. Um governo deve agir com seriedade, sem demagogia, falando com franqueza e honestidade aos seus cidadãos, mesmo que isso lhe possa ser caro. Mesmo que isso lhe custe seu futuro político.
É nesse quesito que busco resposta para a avassaladora possibilidade de o governador Renato Casagrande vencer a eleição no Espírito Santo já em primeiro turno. Trata-se de um governo que olhou nos olhos do capixaba, falando-lhe com franqueza em seus piores momentos que foi no enfrentamento da pandemia da Covid-19.
O Governo Casagrande além de entregar satisfatoriamente o que prometeu à população em seus primeiros quatro anos teve firmeza e seriedade para tratar do maior desafio da saúde pública brasileira e mundial. Não foi omisso, não seguiu no caminho da demagogia e das decisões fáceis. Não priorizou o econômico em troca da vida. Foi coerente com as determinações da ciência. Não brincou e muito mesmo ignorou a dureza dos tempos desafiadores da pandemia. Agiu com a coragem que se esperava de um líder.
Casagrande mostrou que a um líder não cabe a escolha do caminho mais fácil. A porta larga que leva à perdição, sempre preferida pelos insensatos e covardes, não pode ser o caminho escolhido por aqueles que têm o compromisso de liderar.
As decisões certas nos momentos difíceis marcaram esse primeiro mandato de Renato Casagrande, e são elas que agora lhe abrem caminho para um segundo governo. Na porta estreita, aquela mais difícil e mais dura de seguir, foi onde o governador encontrou a chave para essa claríssima chance de reeleição, a poucos dias da verdade das urnas.
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“Porta aberta! Por Jesus de Nazaré / Desvendou-me o bom caminho / Hoje é meu doce ninho / Novamente deu-me a fé” – Porta Aberta (Vicente Celestino)