Nota Oficial

Setor de rochas brasileiro conquista isenção parcial em tarifa dos EUA

A Associação Brasileira de Rochas Naturais (Centrorochas) manifesta sua posição diante da assinatura do decreto oficializado nesta quarta-feira (30/07) pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que estabelece uma tarifa adicional de 40% sobre as exportações brasileiras, somando-se aos 10% já vigentes e elevando a alíquota total para 50%.

Apesar da gravidade da medida, a Centrorochas recebeu com alívio a confirmação de que a nomenclatura de um dos principais produtos exportados pelo setor: ‘Pedra monumental ou para construção, trabalhada, n.e.’ foi incluída na lista de isenções da tarifa. O item consta como HTSUS 6802.99.00, segundo a Harmonized Tariff Schedule of the United States (Tabela Tarifária Harmonizada dos Estados Unidos). A informação foi confirmada a partir de análises técnicas, com base na redação final do decreto e nas listas oficiais publicadas pelo governo americano.

Relevância para o setor

A isenção representa uma vitória parcial para o setor de rochas naturais, cuja principal pauta de exportação para os Estados Unidos se enquadra nesta nomenclatura. O segmento tem nos EUA seu principal mercado, representando mais de 56% de todas as exportações brasileiras de rochas. Apenas em julho, antes da confirmação da isenção, a estimativa era de que mais de 1.200 contêineres deixariam de ser embarcados, gerando prejuízos superiores a US$ 40 milhões.

Agenda oficial em Washington

Como parte das ações de mobilização internacional, representantes do setor participam, nesta sexta-feira (1º de agosto), de uma agenda oficial na Embaixada do Brasil em Washington. A iniciativa é liderada pela Centrorochas, com parceria estratégica do Natural Stone Institute (NSI), e contará com a entrega simbólica de uma carta conjunta à National Association of Home Builders (NAHB), reforçando os impactos que a tarifa teria sobre o setor brasileiro e a cadeia da construção nos Estados Unidos.

“O anúncio da isenção da nossa principal NCM traz um importante alívio ao setor, mas seguimos vigilantes. Nossa agenda em Washington está mantida para reforçar institucionalmente o pleito da inclusão de todas as rochas naturais e garantir segurança jurídica e previsibilidade às nossas operações internacionais”, afirma Fábio Cruz, vice-presidente da Centrorochas.

A ação em Washington representa um desdobramento direto das articulações iniciadas pela Centrorochas desde o anúncio da tarifa, no dia 9 de julho, e segue alinhada com o Sindirochas e lideranças empresariais. A carta à NAHB também solicita inclusão de todas as rochas naturais na lista de produtos com isenções, uma vez que os Estados Unidos não detém este tipo de matéria prima, insumo para a indústria local.

“O setor está unido, agindo com responsabilidade, diálogo e estratégia. A confirmação da isenção da NCM 6802.99.00 é um importante avanço, mas precisamos assegurar que toda a cadeia compreenda os termos da medida e se prepare para os próximos passos”, reforça Tales Machado, presidente da Centrorochas.

Custo das construções nos EUA pode aumentar

Como parte da mobilização internacional, que vem sendo feita pela Centrorochas, representantes do setor participam, nesta sexta-feira (1º de agosto), de uma agenda oficial na Embaixada do Brasil em Washington. A iniciativa é liderada pela Associação Brasileira de Rochas Naturais (Centrorochas), com parceria estratégica do Natural Stone Institute (NSI).

“A assinatura do decreto só reforça a importância de estarmos em Washington esta semana. Essa tarifa afeta o Brasil, mas também, e de forma direta, afeta a cadeia de suprimentos americana. Vamos fazer esse alerta de forma clara, com responsabilidade e união”, afirma o vice-presidente da Centrorochas, Fábio Cruz.

No âmbito das articulações com as associações americanas, a Centrorochas teve acesso a um documento preliminar conduzido pela National Association of Home Builders (NAHB), uma das maiores entidades do setor nos EUA, que representa construtores, incorporadores, empreiteiros e empresas da cadeia da construção civil. Embora o relatório ainda não esteja finalizado, os dados apontam que o custo médio para a construção de novas residências nos EUA poderá aumentar consideravelmente.

Segundo a entidade americana, apenas em 2024, aproximadamente 7% de todos os produtos utilizados em novas construções residenciais multifamiliares e unifamiliares foram importados, somando mais de US$ 120 bilhões em materiais de construção e habitação. “O custo dos materiais de construção já aumentou 41,6% nos cinco anos desde a pandemia, o que supera consideravelmente a taxa de inflação (21,9%). As tarifas propostas para esses produtos, incluindo materiais de construção, eletrodomésticos e acabamentos, devem interromper cadeias de suprimento e elevar ainda mais os custos de moradia para as famílias americanas”, aponta a minuta do documento.

A medida tarifária é motivo de preocupação crescente também, por outros motivos, tais como:

  • 85% da pedra natural consumida nos EUA é importada;
  • O Brasil é o principal fornecedor, respondendo por 22,6% das importações, seguido pela Itália (19,1%)
  • Os materiais mais usados para bancadas são de origem brasileira;
  • Os EUA não têm produção doméstica suficiente para suprir a demanda;
  • A tarifa impactará mais de 12 mil fabricantes, 500 distribuidores e 200 mil empregos nos Estados Unidos.

Durante o encontro na Embaixada, será realizada a entrega simbólica de uma carta conjunta à NAHB, reforçando os impactos negativos da medida tarifária sobre o setor brasileiro e os reflexos diretos no custo da construção nos Estados Unidos. O documento também solicita a inclusão das rochas naturais brasileiras no hall de isenções.

O evento reunirá cerca de 20 participantes, entre representantes da indústria brasileira, membros da Embaixada, convidados da imprensa local e lideranças das entidades americanas parceiras. Já confirmaram presença na missão empresarial as empresas Cosentino, Emerstones, Magban, Milanezi Granitos e Santo Antonio, além do presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimentos (Anfacer), Maurício Borges.

A ação em Washington é um desdobramento direto das articulações internacionais iniciadas pela Centrorochas desde o anúncio da tarifa, no dia 9 de julho, e representa mais um passo nos esforços diplomáticos e institucionais conduzidos em conjunto com o Sindirochas e com o apoio de lideranças empresariais e parlamentares.

“O setor está unido em torno de uma mobilização coordenada, com diálogo institucional no Brasil e no exterior. Nosso objetivo é mitigar os prejuízos causados por essa medida abrupta e preservar empregos, investimentos e a competitividade internacional das rochas brasileiras”, reforça Tales Machado, presidente da Centrorochas.

O setor brasileiro em números

O setor brasileiro de rochas naturais é responsável por cerca de 480 mil empregos diretos e indiretos em todo o país. Em 2024, as exportações somaram US$ 1,26 bilhão, com crescimento de 12,7%. Os EUA lideraram as compras com US$ 710 milhões. No primeiro semestre de 2025, o setor atingiu recorde histórico: US$ 426 milhões exportados ao mercado americano.

A Centrorochas é a entidade nacional que representa institucionalmente o setor exportador de rochas, com mais de 230 empresas associadas e apoiadas, e mantém forte articulação com entidades internacionais como o NSI (EUA), Confindustria Marmomacchine (Itália), Assimagra (Portugal) e IMMIB (Turquia).

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