“Nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia” – Nelson Mota/Lulu Santos
Uma área nobre na chegada de Cachoeiro de Itapemirim, com aproximadamente 300 mil metros quadrados, totalmente arborizada e com infraestrutura privilegiada (incluindo estradas totalmente calçadas e galpões), marcou, por décadas, a vida dos cachoeirenses. Berço de riqueza e trabalho foi nela que a América Latina viu crescer a maior empresa de transporte rodoviário de passageiros: a Viação Itapemirim.
Esse famoso endereço na Avenida Lacerda de Aguiar chegou a receber diariamente 3 mil funcionários no seu auge da Tecnobus (fábrica de ônibus própria da Itapemirim). Dali surgiram profissionais que posteriormente montaram seus próprios negócios e hoje, pequenos ou grandes empresários, colaboram ativamente com a economia do Espírito Santo.
Pois bem, essa verdadeira escola profissional e principalmente de vida, que abrigava até o dia de hoje, 13 de maio de 2025, os últimos suspiros idealistas de Dona Ignês Cola e de Camilo Cola, vai encerrar suas atividades definitivamente. Cerca de seis ex-funcionários da empresa, que ainda atuavam no local servindo a família, entregam as chaves aos novos donos: um grupo de empresários investidores de Cachoeiro de Itapemirim.
O que será no local ninguém sabe ainda. Uma empresa, um condomínio, um parque… Façam suas apostas. Para quem chega, um novo endereço de perspectivas. Para quem sai, um cemitério de sonhos e lembranças.
Ao lado da área, agora de novos donos, ainda permanece a residência dos fundadores: Dona Ignês e Seu Cola. O imóvel não foi vendido por não fazer parte do patrimônio da Viação Itapemirim. Segue com a família. Já o restante, que inclusive vinha sendo fruto de uma guerra judicial, troca de mãos.
Há quatro anos, no mês de maio, Camilo Cola fazia sua última viagem, rumo ao desconhecido. Quis o destino que também no mesmo mês seja colocada no seu famoso endereço uma placa amarela: aqui jaz.
Foto: Acervo da Família Cola